18. John Locke
18. John Locke

John Locke, filósofo contratualista e pensador da filosofia da ciência

John Locke (1632 – 1704) também tem a concepção de que o homem não é um ser político, aliás, ele critica o absolutismo – do ponto de vista filosófico. Ele tem uma preocupação filosófica com a teoria do conhecimento, com a política e com a tolerância religiosa. Este último fator será retomado como um dos princípios iluministas. John Locke é adepto do parlamentarismo, contrariando o absolutismo, na crítica ao poder e às idéias inatas, presentes na filosofia platônica e cartesiana. “Não há nada no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”, diz Locke. Há dois tipos de experiências: as sensíveis e as reflexivas. As primeiras tratam dos conteúdos capitados por um ou mais sentidos, como cheirar, tocar, comer, etc. a reflexão acontece quando relacionamos as experiências sensíveis.


Para John Locke o conhecimento é adquirido a partir da experiência, contrariando Descartes no que se refere às idéias inatas, pois não é possível comprová-las empiricamente e quanto ao método de conhecimento que não deve ser dedutivo (matemático), mas baseado nos dados adquiridos pela experiência (indução), que serão refletidos – relacionados posteriormente.


Locke entende as idéias como imagens, impressões das experiências no intelecto. Estas impressões têm duas formas: a) elas são um tipo único de experiência no intelecto, pois os objetos também são responsáveis pela formação de idéias, mas nós não somos passivos. Também contribuímos quando usamos os sentidos; b) a experiência sensível é predominante e as reflexivas dependem das idéias primárias, as sensíveis. Para John Locke, existem idéias que dependem de uma comprovação subjetiva, tais como o gosto por determinadas coisas. Mas, as idéias objetivas não dependem do sujeito. As idéias são formadas pela influência do objeto no sujeito. Esta influência se dá pela noção de qualidade, algo que fazemos juízos. As qualidades permitem que a formação de idéias aconteça de forma objetiva - quando prevalece a influência do objeto no sujeito – e subjetiva, quando as qualidades dependem de uma avaliação ou juízo do sujeito. Por fim, as idéias são produzidas por matéria, dado que pode ser transformado em conhecimento.


Quanto à concepção de homem, Locke afirma que ele existe antes da sociedade e do Estado. O indivíduo, anteriormente, vivia num estágio pré-social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade. Era seu estado de natureza. Aqui há uma diferença no que se refere ao estado de guerra hobberiano: em Locke há uma relativa paz, concórdia e harmonia. Ele acreditava que a vida, a liberdade e os bens ou propriedades eram os direitos naturais dos homens. A propriedade também é anterior à sociedade. O fundamento originário da propriedade é o trabalho. Quando aparece o dinheiro, acontece o acúmulo de propriedade e, por conseqüência, a falta dela para alguns.