Criar uma Loja Virtual Grátis
22. Leibniz
22. Leibniz

Leibniz, filósofo idealizador das mônodas

Leibniz é uma referência no que diz respeito à definição do papel da ciência e da filosofia. A primeira deve se preocupar com o quê das coisas, com a descrição dos fenômenos. Quanto à Filosofia, cabe dar o sentido, a razão e a explicação do por quê das coisas.


Segundo Leibniz, para conhecer as coisas precisamos desenvolver quatro princípios: 1) o da contradição – que separa o âmbito da possibilidade e da realidade; 2) razão suficiente, que diz que para que algo exista é necessária uma explicação de caráter finalístico (entra a filosofia) e moral das coisas; 3) continuidade que diz que as coisas têm uma hierarquia de continuação dos seres, e a natureza segue uma ordem que deve ser respeitada; 4) princípio dos indiscerníveis que diz que os seres são únicos e possuem uma singularidade ou unidade (mónodas), mas só encontramos o sentido das coisas quando elas são vistas em conjunto.

 

Para Leibniz, todos estes princípios do conhecimento são inatos. Ao contrário de Descartes que acreditava nas idéias inatas, aqui nós temos um inatismo de princípios. Leibniz diz que não somos por esta razão uma tabula rasa. Ele também critica o conceito de substância e daí surge à idéia de panlogismo (o princípio do conhecimento que está em tudo). Segundo este autor a essência das coisas materiais não pode ser a extensão. Leibniz acredita que o Ser é uma multiplicidade de unidades, que possuem uma força imaterial, portanto metafísica, chamada mônadas. Estas mônadas têm uma apetição para se unirem e podem ser caracterizadas de três formas: mônadas nuas, que são excluídas de movimentos e formam todos os outros objetos; mônadas sensitivas que já têm certa autonomia e podem se movimentar e, por fim, as mônadas racionais que são autônomas e sabem que têm movimento.

 

Desse modo, para Leibniz o conhecimento inicia-se com a monodologia e termina com a teodicéia. Que fique claro que este autor não acredita em duas substâncias. O que existe são mônadas que possuem uma harmonia pré-estabelecida. E mais: no conjunto da criação não existe nada ruim. O melhor dos mundos possíveis é este! As coisas ruins existem como acréscimo à harmonia estabelecida. Elas deixam à harmonia do conjunto mais bem elaborada. É puro otimismo – que mais tarde Voltaire irá criticar este otimismo do melhor dos mundos possíveis.